Otimizando o Windows Vista - parte 4 final

"Gerando um CD do “Windows Vista Lite”"

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Por Paulo Alberto
17 fev, 2009

5 minutos de leitura

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O mesmo desenvolvedor do nLite, software que permite gerar um CD do Windows 2000/XP/2003 personalizado, desenvolveu o vLite, um programa que faz a mesma coisa, mas para o Vista. Com o vLite você extrai os arquivos do DVD para uma pasta, aplica modificações (como definição de opções padrões, integração de drivers de dispositivos, atualizações do sistema, remoção de componentes, etc) e gera um novo ISO, para posteriormente ser gravado num DVD ou CD.

O Windows Vista é muito pesado, vem com muitos componentes, tanto é que nem cabe em um CD, sendo vendido apenas em DVD. Removendo muita coisa, dá para diminuir a imagem de forma a caber em um CD. Depois de instalado, como o sistema ficará com menos recursos e bugigangas, ficará um pouco mais leve do que a versão completa. Sendo assim, é fácil encontrar na Internet e em programas P2P versões não oficiais do “Windows Vista Lite”, em um único CD. A maioria dessas versões foram criadas com o vLite, mas não é recomendável usá-las. Uma por questões legais, e outra mais perigosa: podem vir com malwares embutidos, afinal foram personalizadas por sabe-se lá quem, e é possível integrar drivers e programas no sistema. Você instalaria o falso Windows e já ganharia alguns spywares “nativos” de brinde.

Mas se você quiser, pode gerar a sua própria imagem personalizada, sem medo de malwares, para uso pessoal apenas. Baixe o vLite em www.vlite.net. Ele requer o .NET Framework 2.0 (já vem com o Vista, mas será necessário instalá-lo caso você faça modificações no DVD do Vista usando o XP).

O processo é bem similar ao do nLite. Publiquei aqui no GdH há algum tempo um tutorial sobre o nLite; caso não conheça, dê uma conferida:

https://www.guiadohardware.net/tutoriais/nlite/

O Windows Vista certamente tem muito mais coisas a remover. Pela média de estimativa de tamanho dada pelo vLite, veja algumas coisas que você pode eliminar no DVD do Vista, e o quanto de espaço liberará na imagem:

  • Acessibilidade – 12 MB
  • Suporte a fala – 450 MB (dados para o Windows em inglês; dependendo do idioma, pode ser bem menos)
  • Centro de boas vindas – 4 MB
  • Barra lateral do Windows – 12 MB
  • Jogos – 185 MB
  • Editor de filmes e criador de DVD – 181 MB
  • Imagens de exemplo – 8 MB
  • Media Center – 560 MB
  • Papéis de parede – 83,5 MB (cuidado: caso remova os papéis de parede, fique atento no primeiro logon; não clique no fundo da janela de configuração inicial; caso contrário será necessário reiniciar o computador à força para que ela apareça novamente, segundo relatos de alguns usuários)
  • Proteções de tela – 32 MB
  • Sons – 9,25 MB
  • Windows P2P – 9,42 MB (não tem nada a ver com aplicações P2P para baixar arquivos, é um sistema de rede do Windows)
  • Instalador do MSN – 6 MB (você poderá instalar o Windows Live Messenger futuramente, se quiser, mesmo removendo o instalador que vem com o Vista)
  • Desktop remoto – 7 MB
  • Arquivos off line – 4 MB
  • Diagnósticos – 26 MB (não é bom remover, algumas propriedades e gráficos do sistema poderão não ser exibidos caso o faça)
  • Experiencia de aplicativos – 22 MB (permite usar modos de compatibilidade com versões anteriores do Windows, para rodar programas antigos – ou nem tão antigos assim, visto que vários programas feitos antes do Vista só rodam nele se você configurar o modo de compatibilidade com o Windows XP)
  • Ajuda e suporte- 183 MB (documentação)
  • Controle dos pais – 6 MB
  • Linguagem natural – 542 MB
  • Tablet PC – 400 MB
  • Central de segurança (normalmente só enxe o saco, emitindo alertas se você não tiver anti-vírus) – 4 MB
  • Restauração do sistema – 3 MB
  • Windows backup – 10 MB
  • Windows defender – 10 MB
  • Drivers de impressoras – 750 MB (nota: eu não consegui instalar uma impressora sem o CD ou drivers originais dela, depois de remover esse componente, nem mesmo procurando no Windows Update)
  • Drivers de modem para acesso discado – 36 MB
  • Drivers de scanners – 12 MB
  • Drivers de video – 118 MB
  • Windows media samples (exemplos de musicas) – 130 MB
  • Internet Information Services (servidor web do Windows) – 19 MB
  • Windows firewall – 26 MB
  • Windows search – (sistema de busca de arquivos do Windows) – 14 MB

No entanto, como sempre falo e gosto de ressaltar, o sistema continuará sendo o Windows Vista, que por si só consome mais memória do que o XP. Não adianta remover muita coisa e usar o sistema “despenado”, seria melhor ficar com o XP se fosse o caso 🙂 O lado “bom” é que o sistema fica mais enxuto, sem várias coisas a serem desativadas depois de instalado, o que é uma mão na roda para quem instala e reinstala com freqüência o sistema. E sendo o Vista, mesmo com componentes removidos, poderá rodar softwares feitos exclusivamente para o Vista, que não permitam instalação no XP.

Para usar o vLite, copie o conteúdo do DVD do Vista para uma pasta no computador, e indique ela na primeira tela do vLite. Ele perguntará qual edição do Vista você deseja personalizar. Escolha a edição que você comprou, pois o número serial só será válido para ela.

Avançando, marque as tarefas que você deseja realizar ou personalizar. Importante: se você pretende criar uma imagem ISO bootável, para gravar numa nova mídia (ou usar numa máquina virtual), deixe marcado os itens “ISO bootável” e “Ativar antes de aplicar”:

Na parte de integração, você pode integrar hotfixes (arquivos de atualização do Windows, previamente baixados), drivers de dispositivos e pacotes de linguagem (caso queira ter vários idiomas possíveis para a inteface do sistema, depois de instalado). Esses pacotes podem ser baixados no site da Microsoft. Lembre-se de que adicionando coisas aqui, a imagem final tenderá a ser maior do que a original 🙂

Na parte de remoção de componentes, assim como no nLite, você pode marcar previamente os recursos dos quais você não quer abrir mão. Fazendo isso, o vLite impedirá que você remova componentes e dependências do recurso selecionado. Se você não marcar um item, e remover um componente fundamental para ele por engano, depois ele não estará disponível no Windows instalado a partir da imagem gerada, ou apresentará problemas.

Decidido isso, você pode começar a marcar os itens que deseja remover. Leia cuidadosamente a descrição na parte direita da tela. É bom que você tenha algum conhecimento anterior sobre o que está removendo, pois em alguns casos você pode remover coisas essenciais, que deixarão o sistema com poucos recursos novos em relação ao XP, ou com funcionalidade comprometida.

Na parte de otimizações, você pode ativar ou desativar algumas opções padrões. É possível tornar o requisto mínimo de memória para 256 MB, por exemplo, para instalar o Vista em PCs com essa quantidade de memória RAM. Mas isso não é recomendável por questões óbvias – ninguém vai querer viver sofrendo com o Vista usando 256 MB só. Nas seções Segurança, Sistema e Explorer, há alguns itens interessantes a serem pré-configurados. Entre eles está o UAC, polêmico recurso que fica pedindo sua confirmação para realizar tarefas administrativas, que pode ser desativado também por aqui, para que depois de instalado, o Vista se comporte como o XP nesse quesito. Porém não recomendo desativá-lo, visto que é uma evolução na segurança do Vista. Também escrevi sobre o UAC, caso queira saber mais sobre ele:

https://www.guiadohardware.net/artigos/uac-windows-vista/

Agora a imagem da tela, onde o item pode ser habilitado ou desativado por padrão:

Na seção Automático, você pode definir alguams coisas para não serem solicitadas durante a instalação, como o idioma padrão, layout de teclado, etc. Os valores preenchidos aqui serão salvos com a imagem, sem que você precise defini-los na instalação, tornando-a mais automática. Em contrapartida, não será possível alterá-los durante a instalação depois.

Agora pronto, falta só gerar a imagem do sistma. Ao clicar no botão “Aplicar”, o vLite perguntará se você quer que ele apenas aplique as alterações, ou que ele aplique e reconstrua a imagem. A última opção demora um pouco mais, mas pode deixar a imagem final menor. Ao selecionar a segunda opção, ela removerá as informações das outras edições do Vista presentes no DVD, deixando apenas a que você personalizou. Não reduzirá lá “muita” coisa para as versões mais avanaçadas, afinal o Windows Vista é um só. As edições são como “modos de instalação” onde alguns recursos são desativados ou nem instalados. Por exemplo, o Windows Vista Starter ou o Home Basic, usam exatamente os mesmos arquivos essenciais do Windows Vista Ultimate. A diferença é apenas que ao instalar uma versão mais básica, alguns recursos não são copiados para o HD (exceto alguns poucos arquivos específicos, que são diferentes para cada edição, como o logotipo, contrato de usuário, certas configurações, etc.).

Enfim, a geração da imagem. Essa parte costuma demorar 🙂

Depois disso, o ISO ainda não terá sido criado, as modificações foram feitas apenas na pasta dos arquivos que foram copiados para o HD. Você precisa clicar no botão “Criar ISO”, na última tela do vLite, para erfetivamente gerar o ISO. Aí sim será só gravar em DVD (ou em CD, se couber 🙂 e testar.

O vLite permite muito mais do que gerar um Windows Vista mais leve, afinal é útil para integrar drivers, atualizações e até programas, como vimos. Integrar programas “não nativamente”, pois os pacotes usados estão no formato CAB, seguindo alguns critérios prévios da estrutura de pacotes do Windows. Existem programas disponíveis na Internet que geram arquivos .CAB no formato das atualizações do Windows, para que você possa aplicá-los diretamente na instalação, e assim ter seu Windows com tudo o que você precisa já instalado. Dá um certo trabalho, além de ser ilegal para vários programas, pois você precisa embutir o instalador deles com alguns comandos para instalação silenciosa ou oculta, tomar cuidado para que nenhum deles reinicie o computador após a instalação, etc. Além de ter de gerar um pacote para cada programa, algumas vezes definindo manualmente chaves e valores do registro que o programa usa para poder funcionar. Na verdade, até acaba não valendo tanto a pena. Se você precisa instalar o sistema em várias máquinas, vale mais fazer a instalação em uma, instalar tudo o que precisar, e então copiar uma imagem do HD inteiro (ou da partição), passando-a para outras máquinas. Mesmo em hardwares com configurações diferentes, quase sempre o Windows não terá problemas, detectando o novo hardware em cada máquina na primeira inicialização – e solicitando os drivers, se necessário.

Bom trabalho!

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