Aprendendo a usar o VNC

"Acesso remoto de maneira fácil"

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Por Paulo Alberto
17 fev, 2009

5 minutos de leitura

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Assim como em outros programas de acesso remoto, o VNC é dividido em dois componentes, o TightVNC Server, que é o servidor propriamente dito e o TightVNC Viewer, que é o cliente. O viewer é um aplicativo extremamente simples, que (na versão Windows) possui apenas 240 KB.

No Windows, você pode baixar os arquivos diretamente no https://www.tightvnc.com/download.html. Além da versão “completa”, que inclui o instalador, você pode também baixar um arquivo .zip contendo apenas os executáveis, que podem ser executados diretamente, sem precisar instalar.

Embora não seja obrigatório, é recomendável instalar também o “DFMirage mirror display driver” (disponível no final da página de download) no PC com o TightVNC Server. Ele é um driver open-source que torna as atualizações de tela bem mais ágeis, evitando que o VNC precise atualizar toda a janela para detectar uma mudança em seu conteúdo.

Para ativar o compartilhamento, clique no “Launch TightVNC Server”, dentro da pasta VNC do menu iniciar. Forneça uma senha de acesso e mantenha o programa residente.

Dentro da configuração, marque a opção “Remove desktop wallpaper”. Como o VNC trabalha enviando screenshots da tela, o uso de uma imagem pesada como wallpaper reduz drasticamente o desempenho. Essa opção faz com que o wallpaper seja desativado automaticamente durante as seções do VNC:

O VNC for windows suporta o uso de uma única conexão compartilhada. Ou seja, ele simplesmente compartilha a tela local, fazendo com que você veja exatamente a mesma imagem que está sendo exibida no monitor. Se houver alguém na frente do micro enquanto você o acessa via VNC, vai ver o rastro do mouse se movendo sozinho.

Apesar de ser uma desvantagem em muitas situações (já que o mesmo PC Windows não pode ser acessado por várias pessoas simultaneamente), o fato de usar uma seção compartilhada oferece duas vantagens:

    a) Você vê exatamente a mesma tela que a pessoa na frente do PC está vendo, o que é interessante para quem presta suporte remoto.

    b) A seção não é finalizada quando você desconecta. Se você se conectar novamente em outro micro, ela vai ser aberta da mesma forma como você a deixou. Isso é interessante para quem quer ter um segundo micro com o Windows e acessá-lo via rede.

 

É possível também usar seções compartilhadas no VNC, onde a mesma tela é vista por todos. Esta opção pode ser útil para ministrar treinamentos e tirar dúvidas remotamente, já que todos os conectados verão o que você está fazendo. Para isso, ative a opção “Connection priority > Automatic shared sessions” dentro da aba “Administration” na configuração do servidor VNC:

A opção “Enable built-in HTTP server” dentro do mesmo menu ativa o applet Java que permite que os clientes se conectem usando o navegador. O applet usa a porta 5900 TCP, de forma que o endereço para acessar o servidor usando o navegador é “https://ip-do-servidor:5800”, como em “https://192.168.1.2:5800”.

A applet Java é uma opção prática para usar em emergências, o problema é que ele é bastante lento. No dia-a-dia você vai preferir usar o cliente nativo do VNC, que além do melhor desempenho, oferece um bom conjunto de opções. Para se conectar, use o endereço IP, nome ou domínio do servidor, seguido pelo número da tela (que no caso do VNC Windows é sempre :0), como em “192.168.1.2:0”:

A conexão é protegida apenas pela senha de acesso definida no servidor, por isso é importante não usar senhas óbvias. A segurança não é exatamente o forte do VNC: a senha é encriptada usando um algoritmo fraco e os dados da seção são transmitidos através da rede sem encriptação. Ao acessar através de redes inseguras, é recomendável usar uma opção de acesso mais segura, como o SSH.

O cliente VNC oferece um conjunto de opções de acesso, que permitem alterar o algoritmo de compressão usando, entre diversas outras opções, acessadas através do botão “Options…”:

As opções são as seguintes:

    View only: Para se conectar a uma seção em modo de visualização, onde você pode apenas ver o que está sendo feito na tela. É útil ao usar o VNC para treinamentos, como citei anteriormente. Na configuração do servidor é possível definir uma senha separada para os clientes que irão apenas ver a tela, na opção “”View-only password”.

    Emulate 3 Buttons: Pressionar os dois botões simultaneamente equivale a pressionar o terceiro botão do mouse. Esta opção é útil para quem usa um mouse de dois botões e está acessando um servidor Linux.

    Swap mouse buttons 2 and 3: Troca os dois botões do mouse dentro da tela do VNC, para canhotos ou caso os dois micros estejam configurados de forma diferente.

    Track remote cursor localy: Processa o movimento do mouse no cliente e não no servidor. Uma novidade do Tight que faz o movimento do mouse ficar muito mais uniforme.

    Scale by xx%: No caso do servidor VNC for Windows, resolução usada na tela do VNC é a mesma usada na configuração do vídeo. Esta opção permite comprimir a imagem da tela, permitindo que você se conecte a uma máquina com uma resolução de tela maior que a da sua sem usar barras de rolagem. Aqui temos um exemplo de um cliente com vídeo a 1024×768 acessando um servidor com resolução de 1280×800, com escala de 75%:

    Full-screen mode: Inicia direto em tela cheia (no cliente). Para sair do modo full-screen, pressione F8 e escolha a opção “Full-Screen” no menu.

    Request shared session: Permite que dois ou mais clientes se conectem ao mesmo tempo à mesma sessão do servidor. Nesse caso, os movimentos do mouse e o input do teclado são misturados, de forma que só um pode usá-la de cada vez. Esta opção é útil para treinamentos.

    Em seguida temos as opções de compressão, que estão diretamente relacionadas ao desempenho do VNC. Você escolhe o algoritmo a utilizar ao se conectar a partir do cliente. O servidor simplesmente utiliza as configurações solicitadas por ele.

    Cada um dos algoritmos apresenta um certo balanço entre uso da banda da rede e carga de processamento, por isso, a melhor escolha varia de acordo com a situação. O Tight é o que oferece melhor compressão e por isso é o mais recomendável para uso através de conexões lentas, enquanto o CoRRE é mais adequado para uso em rede local, pois consome menos processamento. Vamos a um resumo das características de cada um:

    Tight: Este é o algoritmo usado por padrão ao usar as opções “Default connection options” ou “Low-bandwidth connection” na janela principal. Ele oferece uma dupla compressão de dados, uma semelhante ao PNG, buscando pixels repetidos e substituindo-os por um único código e uma segunda camada, baseada em um algoritmo de compressão desenvolvido pela equipe com base no zlib. Ao usar o Tight você tem acesso a duas opções adicionais, onde pode ajustar o nível de compressão (quanto maior o nível, menor é o volume de dados transferidos, mas maior é o uso de processamento) e também ativar a compressão via jpg, estipulando um nível de perda:

    Usar a compressão via jpg permite reduzir brutalmente o volume de dados transmitidos, mas em compensação reduz a qualidade da imagem, assim como no caso de uma foto de baixa qualidade.

    O Tight é o ideal para redes lentas, sobretudo conexões via modem, mas não é uma boa escolha para redes locais ou micros muito lentos, pois a carga extra de processamento faz com que a atualização de tela fique lenta ao usar micros antigos (dois Pentium III, por exemplo), mesmo via rede local.

    Hextile: Este algoritmo era o usado pela versão inicial do VNC (o da AT&T), mas continua sendo suportado pelas versões atuais. No Hextile a imagem da tela é dividida em áreas de 16×16 pixels e apenas as áreas atualizadas são enviadas ao cliente. Este sistema simples de compressão resulta em um grande volume de dados, mas em compensação utiliza pouco processamento. Este é o algoritmo que oferece melhores resultados via rede local, onde o uso de banda não é problema.

    RRE: É um algoritmo ainda mais simples de compressão, que se resume a substituir seqüências de pixels da mesma cor por um único valor, indicando apenas que o cliente deve repetir o pixel x vezes. É eficiente para comprimir telas com menus e textos, mas é ineficiente com relação à compressão de imagens.

    CoRRE: Esta é uma variação do RRE que limita o número de repetições de pixels a 255, permitindo enviar um único bit de dados. Usa mais processamento que o Hextile, mas em compensação usa menos banda, o que o torna uma espécie de meio termo entre ele e o Tight.

    Zlib (pure): Usa o algoritmo Zlib para compactar as imagens, sem perda de qualidade. É o segundo mais eficiente em nível de compressão, perdendo apenas para o Tight. Apesar disso, a carga de processamento no Zlib é consideravelmente maior que a do Tight, mais que o dobro, em muitas situações. O Zlib continua disponível no Tight apenas para manter compatibilidade com o VNC tradicional, que não suporta o algoritmo Tight.

    ZlibHex (mix): Combina o Zlib com o Hexlite para quebrar a tela em pequenos pedaços, mantendo a compressão com o Zlib. O uso do processador é semelhante ao Zlib pure, mas existe um ganho perceptível de velocidade quando pequenos pedaços da tela são atualizados (abertura de menus por exemplo), mas nas atualizações de tela inteira, ao abrir uma nova janela ou dar scroll em uma página aberta no browser, por exemplo, o Zlib puro se sai melhor.

    Raw: É o oposto do Tight. As imagens são enviadas via rede sem compressão alguma, minimizando a carga sobre o processador. Pode ser útil em redes de 100 megabits, mas com micros muito lentos, abaixo de 133 MHz. A quantidade de dados enviada através da rede é de 50 a 100 vezes maior que a do Tight mas, em compensação, a carga de processamento é quase nula.

    Restric pixels to 8-bit: Esta opção pode ser usada em conjunto com qualquer um dos algoritmos de compressão, forçando o uso de apenas 8 bits de profundidade de cor. Pode ser útil em conexões muito lentas, como uma medida desesperada para comprimir os dados o máximo possível, mas normalmente a redução não compensa a perda de qualidade.

 

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