"Esse tutorial mostra o que é partição e como usar os recursos do fdisk para criar uma ou mais."
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Introdução
Mesmo existindo meios mais eficientes para criar e excluir partições em HDs, o comando fdisk é usado até nos dias de hoje, uma vez que é possível utilizá-lo a partir de um simples disquete de boot (inicialização), geralmente para o Windows 98. Esse tutorial mostra o que é partição e como usar os recursos do fdisk para criar uma ou mais.
O que é partição
Suponha que você tenha um disco rígido (HD) com 40 GB de capacidade. É possível dividir esse espaço de forma que pareça que há mais HDs no computador. Por exemplo, você pode dividir esse HD em duas partes, sendo que uma recebe 15 GB e a outra, 25 GB. A máquina continuará tendo apenas um HD, mas ao sistema operacional parecerá que há dois: um com 15 GB e outro com 25 GB. Cada parte é conhecida como partição.
Antes de prosseguir, é necessário que você entenda o que é “partição primária” e “partição estendida”:
Partição primária: basicamente, esse tipo de partição serve para instalar sistemas operacionais. Assim, para instalar o Windows, por exemplo, é necessário fazer uso de uma partição primária. Em um HD pode-se ter, no máximo, 4 partições deste tipo;
Partição estendida: as partições primárias não podem ser subdivididas. Logo, deve-se usar uma partição estendida caso seja necessário criar outras. As partições estendidas fazem uso do espaço livre no disco. Uma partição estendida pode ser dividida. Para isso, é necessário que cada divisão “ganhe” uma unidade lógica, isto é, passe a ser representada por uma letra (D:, E:, etc). Neste tipo de partição não é possível instalar sistemas operacionais.
Entrando no fdisk
O fdisk é um programa que não executa se o Windows estiver carregado, portanto, é necessário usar um disquete ou um CD de boot que o contenha. Você pode usar ferramentas próprias para criar disquetes de boot ou então utilizar o Windows 98: vá ao Painel de Controle e em Adicionar/Remover Programas, escolha a guia Disco de Inicialização. Coloque um disquete vazio no drive A: e clique em Criar Disco. Em pouco tempo o disco de boot será criado. Depois basta reiniciar o computador com o disquete no drive e certificar-se de que a máquina dá boot por esse meio. Para isso, assim que o PC for ligado, pressione o botão Delete (ou equivalente) repetidas vezes até que o Setup seja carregado. Nele, altere as opções de boot de forma que o disquete seja o primeiro a ser lido. Consulte o manual de sua placa-mãe para saber mais detalhes sobre esse procedimento.
Também é possível usar o fdisk a partir do CD de instalação do Windows 98. Para isso, é necessário dar boot com esse CD e assim como no caso do disquete, o Setup tem que estar configurado para ler CDs ao dar boot.
Quando o boot começar, seja pelo disquete, seja pelo CD, o sistema listará algumas opções. Você pode escolher “Iniciar com suporte a CD-ROM”. Se você escolher a opção “Sem suporte”, o CD-ROM não poderá ser usado.
Feita a escolha, em poucos instantes o boot estará completo e uma letra correspondente ao disquete ou ao CD irá aparecer seguida de um cursor piscando. Isso indica que você já pode digitar o comando fdisk. Faça isso e pressione Enter em seu teclado.
Primeiramente, um aviso aparecerá dizendo que o “disco tem mais de 512 MB e que essa versão do Windows inclui suporte avançado para discos de grande capacidade (…)”. Ao final desse aviso, o sistema pergunta se você quer “ativar o suporte a unidade de grande capacidade”. Confirme, apertando a tecla s em seu teclado e pressionando Enter em seguida.
Após isso, o fdisk disponibilizará seus recursos. Conforme mostra a imagem abaixo, um menu com quatro opções aparece. Esta é a tela principal do programa:
1. Criar uma partição ou uma unidade lógica do DOS
2. Definir uma partição ativa
3. Excluir uma partição ou uma unidade lógica do DOS
4. Exibir as informações sobre as partições
Você deverá digitar o número da opção desejada (1, 2, 3 ou 4) e apertar Enter.
A seguir, uma descrição de cada opção:
Opção 1: é usada para criar uma partição;
Opção 2: é usada para definir uma partição ativa. Quando um boot for dado, o computador procurará na partição ativa o sistema operacional;
Opção 3: é usada para excluir partições;
Opção 4: é usada para listar as informações referentes às partições já existentes.
Criando partições
Ao escolher a opção 1 na tela principal do fdisk, um menu surgirá com 3 itens:
1. Criar uma partição primária do DOS
2. Criar uma partição estendida do DOS
3. Criar unidades lógicas na partição estendida do DOS
Se o HD não tem nada gravado, é necessário criar primeiramente uma partição primária, portanto, você deverá escolher a opção 1. Caso você já tenha uma partição primária, escolha a opção 2 para criar partições estendidas. Caso você já tenha partições estendidas, é necessário atribuir uma unidade lógica a ela, do contrário, o sistema operacional não a enxergará. Para isso, escolha o item 3.
Observação: quando o fdisk cita partição primária ou estendida do DOS, quer dizer que o programa atribuirá o sistema de arquivos FAT à partição.
Ao escolher a opção 1 ou 2, na tela, você poderá definir o tamanho da partição. Você poderá indicar o tamanho desejado em MB ou em porcentagem. O fdisk certamente perguntará se você quer que a partição gerencie 100% do disco. Escolha “Não”, do contrário, a partição ocupará todo o HD, não permitindo a criação de outras.
Ao escolher a opção 3, o fdisk listará as partições estendidas existentes e, em seguida, você poderá escolher em qual atribuir uma unidade lógica.
Criadas as partições, elas só poderão ser usadas após formatadas (isso deverá ser feito após uma reinicialização). Durante sua instalação, os sistemas operacionais checarão se há formatação. Se não houver, eles realizarão esse procedimento.
Na tela principal do fdisk, você deverá escolher a opção 2 (Definir uma partição ativa), caso não haja nenhuma nessa condição. Uma partição não-ativa não poderá ser utilizada para a instalação de um sistema operacional. Somente partições primárias podem receber o parâmetro de ativo.
Excluindo uma partição
Na tela principal do fdisk, você deverá escolher a opção 3 (Excluir uma partição ou uma unidade lógica do DOS) caso queira apagar uma partição. Após isso, a seguinte lista aparecerá:
1. Excluir uma partição primária do DOS
2. Excluir uma partição estendida do DOS
3. Excluir unidades lógicas na partição estendida do DOS
4. Excluir uma partição não-DOS
As opções 1 e 2 são auto-explicativas. A opção 3 serve para excluir uma unidade lógica numa partição estendida. Por exemplo, suponha que você tenha duas unidades lógicas numa partição (se houverem duas partições). Você poderá excluir uma e assim a partição ficará com apenas uma unidade lógica.
A opção 4 trabalha com as partições não-DOs, por exemplo, partições usadas pelo sistema operacional Linux.
Na escolha de qualquer dessas opções, o fdisk mostrará uma lista com as partições que poderão ser excluídas. Basta escolher a desejada e pressionar Enter em seu teclado. O programa pedirá uma confirmação antes de executar o procedimento.
Importante: ao excluir partições, todos os dados gravados no HD serão perdidos!
Fdisk para HDs com mais de 64 GB
Em um teste realizado para um tutorial do InfoWester, tentamos utilizar o fdisk em um HD com 80 GB. No entanto, o programa agiu de modo estranho.
Pesquisando pelo problema, descobrimos que o fdisk não trabalha com HDs maiores que 64 GB. No site da Microsoft, consta que quando um HD com mais de 64 GB é submetido ao fdisk, o programa aponta o tamanho do HD subtraindo os 64 GB. Por exemplo, se o HD tem 80 GB, o fdisk afirmará que ele tem 16 GB (80 GB – 64 GB).
De acordo com a Microsoft, esse problema ocorre porque o fdisk usa alguns valores de 16 bits para calcular o tamanho de um disco. Com HDs com mais de 64 GB, há um estouro de memória e o fdisk passa a trabalhar de maneira incorreta.
Quando o Windows 98 foi lançado, os HDs mais comuns no mercado tinham até 10 GB. Quando o Windows 2000 surgiu, o padrão era de 20 GB. Como HDs com muito mais capacidade estão disponíveis atualmente, não é raro encontrar situações onde esses discos tenham instalado o Windows 98. O problema começa no fato de que o Windows 98 foi disponibilizado numa época em que HDs com muitos GB eram raros e usados em máquinas especiais. Portanto, naquela época, ninguém precisava se preocupar com HDs com mais de 64 GB, pois eles praticamente não existiam. Com o surgimento de discos rígidos com essa característica, é que o problema com o fdisk foi notado.
Felizmente, esse problema tem solução. A Microsoft disponibilizou uma atualização do fdisk que permite trabalhar com HDs com mais de 64 GB. No entanto, a empresa reforça que essa correção só deve ser usada no caso do surgimento do problema apontado anteriormente. Além disso, essa solução não funciona para HDs que trabalham em modo LBA (Logical Block Addressing) e para discos com mais de 137 GB de capacidade.
Para instalar a correção, basta visitar a seguinte página e seguir suas orientações: support.microsoft.com/?kbid=263044.
O comando fdisk /mbr
Quando o fdisk é usado para definir partições, usa-se uma tabela, denominada “tabela de partição”, que indica como é a divisão do HD, ou seja, onde está a partição primária, a partição estendida, etc. Essa tabela fica localizada no primeiro setor da primeira trilha do HD (a conhecida “trilha zero”). Essa área é conhecida como MBR (Master Boot Record).
A MBR contém um pequeno programa chamado “boot loader”. Quando um gerenciador de boot é instalado no computador (um programa que permite ao usuário escolher qual sistema operacional usar, caso haja mais de um na máquina, por exemplo, o Linux e o Windows) o boot loader é alterado ou substituído. Caso você queira tirar esse gerenciador e fazer com que o computador dê boot direto pelo Windows, deve-se digitar o seguinte comando no prompt do DOS:
fdisk /mbr
Esse comando, basicamente, restaura as informações da MBR e a configura para trabalhar com o Windows. Seu uso também é útil em situações onde vírus destroem a MBR.
Atenção: a Microsoft recomenda que esse comando não seja usado em HDs com mais de 4 partições.
Para mais informações sobre o fdisk /mbr acesse a seguinte página: support.microsoft.com/?kbid=69013.
Finalizando
Apesar de existirem ferramentas bem mais eficientes para trabalhar com partições de um HD, volta e meia o fdisk acaba sendo utilizado. Por exemplo, numa situação onde não há outros softwares do tipo disponíveis. Isso, inclusive, já aconteceu aqui no InfoWester. Por isso, é importante conhecer como o fdisk funciona.
Vale a pena frisar que existe um fdisk desenvolvido para sistemas operacionais Linux. Ele é diferente do usado neste tutorial, que foi criado pela Microsoft.
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