"Segundo o site The Register, a ferramenta denominada WPA Cracker faz uso do poder de processamento de 400 computadores"
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Pesquisadores desenvolveram um aplicativo para testes de segurança que usa técnica de força bruta e testa milhões de palavras em busca das senhas compatíveis usando um cluster com centenas de computadores distribuídos, num arranjo de “cloud computing”. O serviço abrevia drasticamente o tempo gasto para “quebrar” uma senha, que de vários dias passa a alguns minutos.
Segundo o site The Register, a ferramenta denominada WPA Cracker faz uso do poder de processamento de 400 computadores. O serviço é pago e existem duas modalidades de pesquisas de senhas. A primeira custa US$ 34 e varre todo o dicionário de 135 milhões de palavras em 20 minutos. A segunda usa apenas 50% da capacidade computacional do cluster e custa US$ 17. A pesquisa completa, neste caso, pode demorar 40 minutos. Se em vez de 400 computadores em cluster fosse usado um único PC, mesmo que equipado com um processador poderoso como o Intel Core i7, o tempo mínimo para quebrar a senha seria de cinco dias, possivelmente mais.
O serviço foi criado por um já conhecido pesquisador hacker, que prefere ser chamado pelo seu pseudônimo Moxie Marlinspike – algo muito comum mesmo entre pesquisadores sérios. Em uma entrevista ao site PC World, Marlinspike afirmou que a ideia surgiu depois de conversar com outros pesquisadores a respeito de como aumentar a velocidade de auditoria para fazer testes de penetração em redes WPA. “É meio chato ter que esperar por cinco ou dez dias para ter os resultados”, disse.
O serviço funciona contra os sistemas Wi-Fi com criptografia WPA e WPA2, desde que estes possuam autenticação baseada em Pre-Shared Keys (PSK). A falha no WPA-PSK já é conhecida há tempos pelos hackers, e para explorá-la usa-se uma técnica ainda mais antiga, que data dos anos 70: o ataque de força bruta por dicionário, no qual usa-se uma lista bastante grande de palavras que são testadas, uma a uma e combinadas entre si, como senhas ou chaves de criptografia em sucessivas tentativas. No caso do dicionário usado no WPA Cracker, a base de dados foi desenvolvida usando os conceitos de OpenWall, onde as informações das próprias pesquisas a alimentam.
Nas chaves Wi-Fi que usam a tecnologia de criptografia WPA, as senhas devem possuir no mínimo oito caracteres (no Windows, por exemplo, a senha de login pode ser mais curta ou mesmo não existir) e as entradas podem usar uma variedade enorme de palavras e frases. Conforme explicado no site do projeto, foi feita uma pesquisa de termos específicos recorrentes, que também foram adicionados ao conjunto de elementos usados nos testes. A pesquisa levou em conta os termos mais usados por quem administra ou configura roteadores Wi-Fi. Na lista constam palavras redigidas com o linguajar “leet” (por exemplo, h4ck3rzz) e expressões comuns usadas pelos técnicos e que acabam sendo usadas como senhas.
Mais informações podem ser encontradas no site oficial, em www.wpacracker.com.
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