Piratas são amigos, não ameaça

"A inútil briga das gravadoras contra a troca de arquivos MP3 na rede não parece ter servido de lição para o resto da indústria de entretenimento"

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Por Antonio Manoel
20 fev, 2009

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A inútil briga das gravadoras contra a troca de arquivos MP3 na rede não parece ter servido de lição para o resto da indústria de entretenimento: recentemente uma associação antipirataria conseguiu tirar do ar o site Legendas.tv, em que fãs de filmes e seriados criam legendas e as liberam gratuitamente.

O que aconteceu? Os responsáveis pelo site conseguiram doações para hospedá-lo em um novo servidor e em questão de dias ele voltou ao ar. Provavelmente com mais audiência e força entre os usuários depois desse episódio.

Essa indústria não percebe que há dois perfis muito diferentes de piratas.

Há os que fabricam e vendem discos de má qualidade com músicas e filmes dos outros, tentando ganhar uns trocados ilegalmente.

Mas há também os piratas evangelizadores: são pessoas tão loucas pela sua marca que dedicam parte do seu tempo a transferir séries de TV para ao computador; que compartilham sua banda de internet para que outros possam baixar seus arquivos; pessoas que assistem aos vídeos em seu idioma original numa boa, mas se dão ao trabalho de criar legendas para que outros fãs possam acompanhar melhor.

E o que a indústria faz? Vai atrás dos seus maiores fãs como se fossem criminosos.
A forma de consumir mídia está mudando, é fato, mas parece que tem executivo tentando fazer o relógio girar ao contrário em vez de se adaptar às mudanças.

Eles poderiam aprender com outros empresários, os camelôs: estes vendem óculos de sol nos dias de calor, mas sempre aparecem com guarda-chuvas quando um temporal se aproxima. Já a indústria do entretenimento tenta processar a chuva, que está atrapalhando a venda de seus óculos de sol.

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