"Vocês que são aficionados por tecnologia não podem ficar por fora do Campus Party 2010."
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A Campus Party 2010 pretende reunir na próxima semana, em São Paulo, milhares de aficionados por tecnologia e oferecer acesso à internet com velocidade considerada recorde (10 Gbps). Apesar do ambiente de vanguarda tecnológica, no entanto, os campuseiros — nome dado aos participantes do evento — ainda contam com o “bom e velho” Orkut para discutir os preparativos do evento de cultura digital.
O evento teve pouca repercussão no Twitter e Facebook, que mais recentemente caíram no gosto dos brasileiros. Só no Orkut, por exemplo, são cerca de 80 comunidades sobre a Campus Party. Os temas de comunidades são os mais diversos: desde as áreas temáticas do evento (robótica, blog, software livre, entre outros) até comunidades só para meninas.
O analista de sistemas Gustavo Uchôa atribui o uso do Orkut nas discussões sobre a Campus Party ao fato de que as redes que mais cresceram não “pegaram ainda”. “Aqui no Brasil, o Twitter, infelizmente, ainda não é muito entendido e o Facebook não é muito difundido. Há um predomínio massivo do Orkut”.
O analista criou a comunidade “Campus Party – Fortaleza/CE” para tentar reunir pessoas do estado para ir à feira, mas não teve muitas adesões por três motivos: “falta de dinheiro, havia muitos menores de idade e alguns não acreditavam que a caravana poderia dar certo”. Mesmo assim, segundo ele, a experiência foi proveitosa: “Conheci pessoas que estavam interessadas. Como a caravana não deu certo, vou por conta própria e vamos nos encontrar lá”.
Já para Maurício Gomes, programador de jogos e participante ativo das últimas edições da Campus Party, o principal motivo pelo qual os campuseiros se comunicam pelo Orkut é a popularidade da rede social. “O Orkut é o mais usado para divulgar a Campus Party, pois tem a maior comunidade sobre o evento”.
A comunidade “Campus Party Brasil”, criada por Marcelo Branco, um dos idealizadores do evento, tem mais de 3.000 membros. Os tópicos de fórum com maior participação são os com dicas para novatos (com um checklist com vários itens que o campuseiro não pode esquecer) e os que buscam reunir participantes de várias partes do país.
Mulheres na Campus Party
Ainda que a Campus Party seja um evento predominantemente masculino, as mulheres também têm espaço para discussão em comunidades do Orkut. Com esse intuito, Ana Frank, produtora cultural e feminista, criou há dois anos a comunidade “Mulheres na Campus Party!”.
Ana acredita que aumentará a participação feminina na edição de 2010. “Para essa edição, é possível notar que as meninas estão se mobilizando mais em busca de informações.”.
Na edição do ano passado, o evento reuniu 6.655 campuseiros, sendo que 32,82% (ou 2184) eram mulheres.
Twitter e Facebook
O Twitter foi outra ferramenta utilizada pelos campuseiros – muito mais para aumentar a expectativa dos participantes do que para trocar dicas, como acontece no Orkut. Por meio da hashtag oficial, #cpartybr, alguns usuários do microblog tentaram utilizar a rede para tirar dúvidas, como “Vai ter microondas?” e fazer comentários sobre aspectos do evento, como o mito da comida ruim do pacote de alimentação e a recente confirmação de palestrantes internacionais, como Lawrence Lessig, criador do Creative Commons.
Outros tuiteiros utilizaram a ferramenta para angariar participantes para caravanas que irão partir de cidades paulistas e de outros Estados do país, como César Augusto de Farias, organizador do grupo de Santa Catarina
Mas o que dominou o Twitter foram as mensagens de “eu vou” na #cpartybr e a contagem regressiva, “tuitada” a partir do relógio do site oficial com direito a dias, horas, minutos e segundos que faltam para o evento.
Já o Facebook, mesmo com a explosão de usuários brasileiros, que já ultrapassam os sete milhões na rede social, ficou relegado ao segundo plano. De novidade, há apenas a página oficial do evento com 2.561 fãs e três grupos com menos de 100 participantes.
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