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"Vantagens e desvantagens da memória flash, a questão do preço e do desempenho comparados ao tradicional disco rígido."
Os discos rígidos baseados em memória flash, ou simplesmente SSDs, estão mais perto de conquistar o espaço do disco rígido convencional no mercado. A última edição da feira de eletrônicos Consumer Eletronics Show (CES) 2009, realizada em janeiro, foi a prova mais contundente de que o novo tipo de armazenamento deverá ganhar força no mercado nos próximos meses.
Fabricantes como SanDisk, Asus, Sony, Samsung e Dell apresentaram netbooks ou componentes que aproveitam o novo tipo de armazenamento, fazendo com que o SSD realmente comece a se posicionar como rival para os tradicionais discos rígidos.
A sigla SSD vem de “solid-state drive“, ou disco em estado sólido em inglês. O dispositivo é feito a partir de chips de memória flash NAND e tem, como principal vantagem para o usuário final, não possuir partes móveis como os discos rígidos comuns, o que o torna mais resistente a impactos.
Na prática, isto significa que se você deixar seu notebook cair, mesmo ligado, seus dados estarão protegidos – o que não se pode dizer das outras partes do PC portátil. A tendência é que o SSD pegue carona na popularidade dos netbooks, laptops ultraportáteis, que tiveram milhões de unidades vendidas em 2008.
Memórias flash são muito comuns em pen drives e cartões de memória como os utilizados em câmeras digitais e celulares pela agilidade na transferência de dados e a capacidade de executar inúmeras gravações e regravações.
O tipo de memória flash NAND utilizada no SSD é uma versão adaptada para dispositivos que exigem armazenamento de uma quantidade maior de dados. Por ser mais resistente, mais rápido e permitir cada vez maior capacidade, o SSD que usa a memória NAND começou a ser usado em substituição ao disco rígido comum em notebooks e netbooks. Certamente, muitas das filmadoras que hoje utilizam disco rígido – e até as que usam memória flash comum – terão seus modelos atualizados com SSD num futuro breve.
Uma das principais barreiras que impediam a proliferação do SSD no mercado era seu relativamente pequeno espaço de armazenamento em comparação aos discos rígidos convencionais – os primeiros proviam apenas 32 GB de espaço. A novidade é que o problema está prestes a ser superado. Durante a CES 2009, por exemplo, a Asus lançou o ultraportátil S121 com SSD de 512 GB de armazenamento, logo seguida pela pureSilicon que apresentou o Nitro, um chip SSD de 1 TB de armazenamento.
Tais quantidades de armazenamento podem ser muito mais do que você necessita em um PC doméstico e provavelmente no do trabalho também, mas é prova de que o SSD já se igualou e deverá ultrapassar a capacidade dos discos rígidos, inclusive em servidores corporativos.
SSD versus HD
Por ser em estado sólido, o SSD não realiza qualquer rotação para armazenar os dados. Teoricamente, isso faria com que os SSDs consumissem menos energia do que os discos comuns e os fabricantes têm divulgado amplamente tal vantagem.
Testes realizados pela PC World norte-americana, porém, não revelaram diferença tão significativa na duração da bateria entre máquinas com disco rígido e com SSD. Verificou-se, ainda, que o desempenho entre máquinas do mesmo modelo com os dois tipos de drive é praticamente o mesmo, ficando o SSD, na maioria dos quesitos, apenas levemente superior ao disco rígido. O disco de estado sólido sai em larga vantagem apenas ao executar atividades de uso intensivo, como compressão, gravação e leitura de arquivos, por exemplo.
Uma vantagem comprovada é que o SSD não aumenta a temperatura durante o uso da máquina tanto quanto o disco rígido, o que significa que será possível usar seu notebook no colo à vontade. Ele também resiste melhor a temperaturas mais altas.
O grande divisor de águas entre o SSD e disco rígido é o preço. Notebooks com SSD são, em média, 400 dólares mais caros que o mesmo modelo equipado com disco rígido.
Embora o preço venha diminuindo – um levantamento da In-Stat aponta que o preço dos chips de memória flash NAND, usado nos SSDs, caíram para 80 centavos de dólar por GB enquanto em 2007 chegaram a custar até 5 dólares por GB – a atual diferença de desempenho dos SSDs que já estão no mercado pode ainda não compensar o desembolso.
A não ser que seu principal objetivo seja ter um dos mais novos ultraportáteis para carregar no bolso, como o novo Sony Vaio P ou o MacBook Air, da Apple, talvez seja interessante esperar até que os próximos SSDs tenham desempenho consideravelmente superior.
A espera não deve ser longa. Segundo levantamento da DRAMeXchange Technology, o investimento da indústria na área de memórias flash NAND não vai diminuir.
Apesar da queda da demanda de eletrônicos causada pela crise financeira mundial, as empresas estão construindo mais linhas de produção de SSD e aperfeiçoando a tecnologia das linhas existentes. O aumento da produção tende a fazer com que o preço das memórias continuem caindo e, consequentemente, o preço final dos produtos também.
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