"A rede social explodiu e agora você pode ser um dos poucos a contar com a conta gratuita"
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ToggleO Vero foi lançado em julho de 2015, em Nova York, e na época não causou grande repercussão. O criador e CEO da empresa é Ayman Hariri, bilionário libanês, um dos quatro filhos do magnata Rafik Hariri, ex-primeiro ministro do Líbano que foi assassinado em 2005 na cidade de Beirute.
A rede social permanecia com números modestos até os últimos dias, quando ocorreu um boom de procura por ela nas lojas virtuais de aplicativos, como o iTunes e a Google Play Store. Nos Estados Unidos o Vero ficou em primeiro lugar na busca do sistema do iPhone em terceiro no da Google, no ranking geral. Um provável motivo seria a saída do facebook por parte de usuários mais jovens, como já havia ocorrido com o Snapchat.
Esses usuários mais jovens, talvez motivados pela presença da família ou de pessoas de outras instituições na rede social de Mark Zuckerberg, preferem migrar para redes sociais mais reservadas ou mais “cool”.
Dois dos principais pilares do Vero são a ausência de publicidade e de algoritmos. Esses algoritmos frustram muitos usuários de redes como o Facebook e o Instagram, pois hoje a ordem na qual os posts aparecem no feed não é cronológica, mas baseada nos dados de navegação de usuário, num mecanismo muitas vezes complicado. Daí alguns usuários acabam ficando irritados, pois acabam vendo publicações repetidas, ou de muitos dias atrás, e até de pessoas que para eles são menos importantes que outras que ficaram escondidas, isso principalmente no Instagram.
Esses algoritmos também causam as polêmicas bolhas sociais, onde o usuário, especialmente no Facebook, só vê publicações dos mesmos amigos com os quais já tem opinião semelhante. Sem a opção do contraditório, o internauta se isola em uma posição e não se abre para novas ideias e não vê possíveis críticas para as suas, o que poderia até torna-las melhores.
Outra característica do Vero é que ele só funciona em dispositivos móveis e não há uma versão para navegadores.
Mas como já falado, outro pilar da rede social é a ausência de publicidade. Mas então como o Vero se mantém? Simples, com dinheiro do próprio usuário. Isso pode ser o que faça muitos virarem a cara logo de início, pois principalmente no Brasil não há tanto a cultura de se pagar por produtos online, como apps, especialmente se há uma opção gratuita e similar.
Segundo a direção do Vero, o pagamento seria um valor anual, que não pesaria no bolso, e deixaria o usuário desfrutar de uma rede sem nenhuma publicidade atrapalhando sua navegação. Com o sucesso de alguns serviços de streaming como a Netflix, que são pagos, talvez alguns usuários optassem por também gastar dinheiro com a rede social, e nesse caso, ao invés de filmes e séries, ganhariam o streaming de “conexões reais”, termo usado pela direção do Vero.
Outra forma de ganhar dinheiro que empresa pensou foi através de comissões sobre a venda de produtos divulgados na plataforma pelos próprios usuários. No Vero as indicações de filmes e livros figuram entre as opções que o usuário tem na hora de fazer uma publicação.
No manifesto de criação, o Vero informou que os primeiros um milhão de usuários não precisarão pagar nada para usar o aplicativo, e isso pela vida inteira. O que também pode explicar o porquê de tantos perfis criados em pouco tempo. Com os problemas técnicos pelos quais o app passou devido ao crescimento de usuários, a empresa decidiu que todos os usuários que estão entrando agora terão esse benefício da conta gratuita. A empresa ainda divulgará uma data limite para que o benefício acabe.
O Vero é mais parecido com o Instagram que com o Facebook, e tem um foco maior em fotos e vídeos. Aliás, não é permitido compartilhar apenas texto, como pode ser feito no Facebook e Twitter. As opções são:
Câmera: poste um foto, um conjunto de fotos ou vídeo e coloque legendas. No caso de postar um conjunto de fotos, a legenda fica a mesma para todas. Não há a opção de criar um álbum de fotos com legendas individuais para cada uma. É possível editar as fotos antes de publicar, com um sistema bem parecido com o do Instagram, com filtros, recortes, ajustes de brilho, exposição, contraste, dentre outros.
Link: Não é permitido postar um texto solto, mas é permitido, por exemplo, compartilhar o link de uma notícia e colocar um texto seu sobre aquele compartilhamento. O texto não pode ultrapassar 1000 caracteres.
Música, filme, série, livro: Aqui o app se vale de sites parceiros, como o iTunes, para procurar as músicas, o themoviedb.org, para séries e filmes, e o iBooks, para procurar livros. Logo se pode perceber que você não pode comentar sobre um produto aleatório ou que seja muito regional, apenas sobre os que estão nas bibliotecas desses sites, o que pode ser uma coisa bem ruim por parte do Vero, mas aí já entra no assunto já comentado de eles ganharem em cima da divulgação desses materiais e, fazendo dessa forma, fica possível monitorar.
Lugar: Função semelhante à que existe no Facebook e no Foursquare. Aliás, esse serviço é possibilitado pelo próprio Foursquare dentro da plataforma do Vero. Apenas para que você faça um check-in no lugar onde está e possa recomendar para amigos e seguidores.
O background é preto e verde, e um usuário iniciante de redes sociais pode se confundir um pouco, porque parece mais difícil de usar que as redes sociais mais populares, embora seja mais fácil que o Snapchat, por exemplo.
Os posts aparecem assim como no Instagram, numa única coluna. E ao se clicar no perfil de um usuário, também aparecem as opções de ver numa única coluna ou numa grade com três e várias linhas, A diferença é que no perfil você pode selecionar e ver todo o conteúdo compartilhado ou somente as músicas, somente os livros, somente os links, e assim por diante.
Assim como praticamente toda rede social, o Vero também tem chats privados e você pode lá manter contato livremente com seus amigos. E uma vantagem: diferentemente do Facebook, não é necessário baixar um app paralelo (Messenger) para fazer isso. Não é permitido iniciar chats com quem não está na sua rede de contatos.
Privacidade
Os contatos são classificados em amigos, amigos próximos e conhecidos, e ao fazer uma publicação fica bem fácil e intuitivo definir para qual desses públicos você quer destinar o post. Também é possível destinar para todos esses públicos ou deixa-lo privado apenas para você.
O Facebook tem experimentado uma recente onda de críticas, por conta de coisas como sua condescendência com notícias falsas, de seu algoritmo, sua exclusão controversa de conteúdo e outras coisas. Isso motivou, por exemplo, o grupo Folha a não mais postar notícias na rede social e a fazer um manifesto divulgando isso, mostrando as razões e informando sobre como a rede social tem reduzido o alcance de páginas jornalísticas sérias e aumentado o de páginas de Fake News. Outro que também deixou a rede foi o ator americano Jim Carrey, que tinha até ações na rede social. Ele explicou que saiu por conta dos lucros do Facebook com a interferência russa nas eleições americanas.
Porém algumas funções do Facebook são interessantes e não são encontradas no Vero, como os grupos, que em muito facilitam a vida de quem quer comprar e vender mercadorias, por exemplo, assim como arranjar trabalho e diversas outras funções. Outra desvantagem é que o Vero não tem a opção de postar somente texto, o que contraria esse discurso de liberdade que a empresa possui.
Como já dito, o Vero tem mais semelhança com o Instagram que com o Facebook, e neste sentido tem alguns pontos de vantagem em relação a essa outra rede de Zuckerberg. Uma delas é a privacidade dos posts, já que no Instagram você não seleciona quem pode ver aquilo, e o máximo que pode ser feito é deixar o perfil bloqueado, mas umas vez que você permite que uma pessoa te siga, ela poderá ver todos os seus posts.
Outra vantagem sobre o Instagram, que para alguns pode ser uma desvantagem, é a ausência do algoritmo. Você sempre verá tudo na ordem cronológica. Há quem até goste do algoritmo porque geralmente as fotos que aparecem primeiro são de fato as que mais podem interessar, mas nem sempre isso ocorre.
O principal ponto fraco do Vero até agora é a instabilidade. Com o boom de usuários chegando, o sistema está travando, é demorado para fazer login, e às vezes o app para de funcionar. Isso pode ser contornado e em breve os usuários não enfrentarão mais esse transtorno, mas um outro ponto não tem como ser apagado e manchou a história do criador da empresa.
Trata-se de uma construtora falida chamada Saudi Oger, do bilionário Ayman, e cujos trabalhadores foram deixados à mercê num acampamento no deserto da Arábia Saudita, com 8 meses de salários atrasados. Isso motivo campanha na internet contra o Vero, com a hashtag #deletevero. Além disso, outros pontos criticados foram a dificuldade de se excluir a conta e de fazer logout.
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