"O iPad Mini e os novos lançamentos da Apple"
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ToggleOs eventos da Apple sempre foram rodeados de expectativas e novidades. Boa parte desta experiencia era devido ao finado fundador da Apple Steve Jobs que tinha uma curiosa qualidade de tornar mágico e inovador qualquer produto que a Apple lançasse mesmo que este fosse simples.
Esta qualidade de Jobs recebeu até um nome, o chamado “campo de distorção da realidade”, uma qualidade que permitia a Steve tornar qualquer apresentação única e muitas vezes roubando a atenção e foco do produto a ser apresentado para sí próprio e permitindo que qualquer elogio as funções do aparelho ou criticas a concorrência fosse recebidas com uma salva de palmas e gritos pela plateia.
Porém a Apple acabou perdendo um pouco desta magia em seus eventos com o falecimento de Steve e os fãs da maçã perceberam que mesmo que a Apple não tenha sentido um baque muito grande com esta perda, ela tinha perdido o “One more thing…” (Mais uma coisa…) celebre frase que o fundador guardava para o final do evento para apresentar algo revolucionário e a magia que Steve tinha que era algo que ele não poderia ensinar ou passar para o seu substituto: Tim Cook.
Cook foi escolhido por Jobs por ter as qualidades que ele considerava cruciais para a Apple e o momento em que ela estava passando. Analisando profissionalmente, Timothy (Tim) D. Cook esta na Apple desde 1998 vindo da Compaq onde ele trabalhava como VP for Corporate Materials e inicialmente ele foi o responsável por fazer com que a Apple deixasse de fabricar seus produtos e terceirizasse a manufatura, reduzir o inventário, otimizar a cadeia de distribuição e assim cortar os custos e aumentar a margem da empresa, exatamente o que Jobs queria fazer naquele momento assumindo uma empresa quase falida.
Mas com a descoberta do câncer pancreático em 2004, Cook assumiu por diversas vezes o cargo de CEO e com a piora do estado de Jobs ele acabou por assumir o dia a dia da empresa efetivamente, apesar de que Jobs foi oficialmente o CEO até a nomeação de Cook em 2011. O que foi comentado durante esse período entre a nomeação de Cook até o falecimento de Jobs era se Tim teria o mesmo carisma que Jobs já que em diversas vezes ele aparentou ser uma pessoa bem reservada e analítica, características típicas de um administrador, o que fugia do estilo “showman” de Jobs e estas questões penduraram até a primeira apresentação de Tim quando ele subiu ao palco da WWDC 2011.
Os eventos que se seguiram tinham perdido um pouco da magia sem Jobs, sendo eventos de lançamentos convencionais sem muitas novidades e até previsíveis, de fato ainda é muito cedo para tecer qualquer comentário sobre o desempenho de Tim ao palco, mas para a surpresa de muitos, o evento ocorrido no dia 23 mostrou um novo Tim Cook no palco com novidades e um pouco (mesmo que ainda não chegue nem perto) do lendário “campo de distorção da realidade” de Jobs.
Tim começou o evento falando do iPhone 5 e iPods Touch e Nano, depois ele comentou sobre o iOS 6, iCloud, Mountain Lion e serviços relacionados como Game Center e iMessage. Ele também falou do esperado iBooks e iBookstore, mas o momento aguardado por todos foi regido por Phil Schiller (Vice-Presidente de Marketing Mundial da Apple) com os lançamentos dos novos Macbook Pro, Mac Mini, iMac e o esperado iPad Mini.
O novo Macbook Pro esta equipado com processadores Intel Core i5 ou i7 “Ivy Bridge”, Intel HD Graphics 4000, Wi-Fi 802.11n, 8GB de RAM, suportam até 768GB de memória flash (SSD), bateria com 7 horas de autonomia, tudo isso dentro de uma máquina 20 % mais fina que o modelo anterior com tela Retina e peso de 1,62 kg.
Prosseguindo com a apresentação, Phil falou do novo MacMini que possui uma configuração semelhante ao Macbook Pro com alterações em suas versões convencional (Core i5 de 2,5GHz, 4GB de RAM e 500GB de HDD) e o modelo Server (Core i5 de 2,5GHz, 4GB de RAM e 500GB de HDD) com o consumo de 11W (em breve será possível usar alguma Duracell ou Raiovac neles, rs…).
Mas um dos pontos altos do dia veio com o carro-chefe da categoria desktop com o novo iMac. Ele possui uma configuração esperada com os modelos de 21,5” (2,7GHz Core i5, 8GB de RAM, NVIDIA GeForce GT 640M e HDD de 1TB) e o de 27” (2,9GHz Core i5, 8GB, GeForce GTX 660M e 1TB de HDD), até ai você pode pensar: “Ok, um iMac com configurações novas…”, mas imagine estas configurações novas dentro de um gabinete onde a maior espessura tem o mesmo tamanho de um MacBook fechado (cerca de uns 2,5 cm) sendo esta a área central atrás onde esta montada a base do equipamento. Exatamente, a Apple reduziu a espessura do iMac em 80% em relação ao modelo anterior, lembrando um pouco os monitores Apple LED Cinema ou Thunderbolt Display.
Além disso, Schiller anunciou uma nova tecnologia que será integrada ao OS X chamada de Fusion Drive que une as capacidades de armazenamento dos HDD convencionais com a rapidez de acesso dos SSD, ele funciona de forma com que o OS X identifique os discos instalados no Mac e organize os arquivos de sistema, programas e arquivos mais acessados do usuário no SSD e os arquivos maiores e menos acessados no HDD tudo isso de forma automática e sem a necessidade de interação pelo usuário.
O tão aguardado iPad Mini foi apresentado ao público depois do iMac. O novo iPad Mini possui configurações razoáveis para o seu tamanho (cerca de 3 vezes menor que o iPad 2). As configurações são processador A6X (2 vezes mais rápido que o A5), camera frontal Facetime HD, LTE expandido na versão Wi-Fi + Cellular, bateria de 10 horas e conector Lightning nos modelos de 16, 32 e 64 Gb nas cores branca ou preta. Ele pode ser carregado utilizando apenas uma mão, bem reduzido se comparado com o modelo anterior que você não tinha segurança quando utilizava apenas uma mão, sendo ele um pouco maior que uma caixa de DVD para efeitos de comparação.
Analisando este evento, parece que Cook aprendeu que a maestria da condução de um evento com as proporções que os eventos da Apple normalmente provocam no mercado e nos usuários que acompanham seus lançamentos é uma ciência não exata, cheias de acertos e erros, momentos certos e errados para apresentar alguma novidade e o timming exato para chamar os outros executivos ao palco, pois não basta apenas apresentar novos produtos ao publico sem cativa-los e responder as suas expectativas a altura, coisa que Jobs passou anos treinando, errando e aprendendo.
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