"Uma analise desta controversa mudança e os caminhos que a Microsoft poderá tomar daqui para frente"
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ToggleRecordo-me logo quando aprendia a utilizar um computador, um dos primeiros tópicos da apostila de Windows falava do Menu Iniciar, componente que acompanhou-me durante anos enquanto utilizei o Windows como único sistema operacional em meu computador.
O tempo passa, a tecnologia evolui e aprendi que o mundo gira, mas não somente ao redor de certas “janelas” (especialmente nos segmentos de TI e Comunicação onde existe uma forte presença de sistemas operacionais baseados no UNIX como o Linux e o Mac OS X), porém entrava ano e saia ano, o Menu Iniciar do Windows continuava lá firme e forte.
Este icônico elemento foi lançado com o Windows 95 como upgrade de um componente conhecido como “Program Manager” presente nas versões 3.11 e NT do Windows (este componente gerenciava os aplicativos instalados na máquina de uma forma semelhante a quando se acessa a pasta Arquivos de Programas). O Menu Iniciar foi uma revolução em uma era em que os sistemas operacionais gráficos ainda engatinhavam em um mundo regido por sistemas não gráficos, telas pretas com textos e linhas de comandos como o conhecido MS-DOS.
Com o passar dos anos, o Windows tivera diversas mudanças como a adoção do Kernel NT que estava presente nas versões Windows NT e 2000, mudanças em sua interface gráfica com o Windows XP e Vista, porém o Menu Iniciar continuava em um estado monolítico e inalterável sendo um ponto comum para os usuários aprenderem a utilizarem as novas versões do Windows que eram lançadas.
Mas uma surpresa acabou por me tomar de assalto e boa parte dos profissionais que acompanham e trabalham com TI e Tecnologia: a possibilidade da remoção do Menu Iniciar no futuro Windows 8.
Um dos primeiros pensamentos que tive era “O que Steve Jobs tinha de inovação e esperteza, o seu xará da Microsoft Steve Ballmer tinha de maluco e inconsequente…” Como remover um dos pilares que fizeram com que o Windows tivesse o sucesso e aceitação? Que por mais xiita que eu seja em relação a Microsoft e Apple, eu não sou ignorante em ver que a remoção de um dos principais componentes que mais se identifica ao Windows teria repercussão e provavelmente não positivas… Quem será o próximo? O Ctrl+Alt+Del?
Como ossos de meu ofício, coloquei as mãos nas versões Beta do Windows 8 e Windows 2012 (publicadas aqui no Zigg) assim que eram lançadas e para o meu espanto, o rumor tornou-se realidade em um Windows com uma interface gráfica e usabilidade de um Smartphone sem o Menu Iniciar!
Minha primeira reação foi de repulsa a aquela abominação hibrida com a interface gráfica de um Smartphone com suporte a telas touch (sim, meu monitor é um LCD comum) com um gerenciador ou o que quer que chame a nova interface Metro e a ausência do símbolo do Windows no melhor estilo das abominações mutantes de filmes como Godzilla, Hulk, A Coisa entre outros.
Passado este susto e adaptação inicial, fui checar as entranhas deste novo sistema e para a sorte (ou azar) é o mesmo do Windows 7 e em teoria com a mesma compatibilidade em relação aos programas. Com esta ideia em mente, comecei a caçar na conhecida enciclopédia universal e pai de todos os manuais técnicos: o Google, uma forma de restaurar o lendário componente removido.
Inicialmente tentei via sistema, atrás de alguma chave de registro (este sim é um componente que poderia ser removido que eu e boa parte da comunidade de TI não sentiríamos nenhuma falta) ou configuração direto no sistema mas a Microsoft removeu todas as possíveis entradas no build final do Windows 8, então tive que procurar por outras soluções de terceiros. Eu encontrei 4 soluções em minha cruzada particular para encontrar um substituto do Menu Iniciar: Startdock Start8, Pokki, ViStart e Classic Shell.
O Startdock Start8 é uma ferramenta desenvolvida pela Stardock (a mesma desenvolvedora que criou o clone da conhecida Dock do Mac OS X para o Windows) e o programa consegue simular os mesmos recursos do Menu Iniciar sem configurações complexas ou ajustes necessários, porém tem um preço de U$$ 5,00.
Link de download: https://www.zigg.com.br/downloads/start8
O Pokki é uma espécie de mistura de Menu Iniciar com App Store similar a Mac App Store e Android Store e restaura algumas funções do Menu Iniciar com links para lojas de aplicativos online. Ele é gratuito.
Link de download: https://www.zigg.com.br/downloads/pokki
O ViStart consegue substituir (dentro das possibilidades) o Menu Iniciar permitindo até desativar o recurso Metro. Ele é gratuito.
Link de download: https://www.zigg.com.br/downloads/vistart
Por fim como ironicamente como acontece quando estamos procurando alguma solução, o Classic Shell conseguiu suprir a minha necessidade sendo um substituto para o Menu Iniciar que permite utilizar a Interface Metro, fazer com que o Windows 8 porém mantendo o “look and feel” do seu antecessor. Ele é gratuito.
Para usar a imagem do botão clássico, baixe esta imagem https://i.imgur.com/9tAAy.png, salve em seu computador e pelas configurações do Classic Shell (Iniciar/Settings/Classic Start Menu/All Settings/Start Button/Button Image e escolha a imagem baixada).
Link de download: https://www.zigg.com.br/downloads/classic-shell
Estas são as soluções que eu encontrei, lógico que mais soluções serão lançadas conforme a adoção do Windows 8, mas refletindo sobre este lançamento e os lançamentos relacionados a esta ação da Microsoft fica claro entender que a fabricante do Windows esta tentando seguir o mesmo conceito existente nos produtos e sistemas de sua principal rival: a Apple.
O problema esta nas culturas das duas empresas que em uma analogia seriam similares aos EUA e URSS durante a Guerra Fria, elas são completamente opostas em relação aos lançamentos, inovação entre outros quesitos, o que torna incompatível a adoção de políticas mesmo que uma delas esteja dando mais resultados que a outra.
Este fantasma acompanha a Microsoft desde o primeiro fracasso com o Windows Millenium, um hibrido do Windows 2000 com o Windows 98 que resultou em um sistema com diversas falhas e bugs, ironicamente na mesma época do retorno de Jobs para Apple e novos lançamentos de computadores Apple. Este cenário foi repetido com o lançamento do Windows Vista que com a baixa aceitação obrigou a Microsoft a lançar o Windows 7 6 meses antes do programado. Não entrarei no mérito do Microsoft Zune que seria o “iPod Killer” segundo Ballmer mas o resultado sabemos qual foi…
Na minha opinião, esta desesperada ação da gigante dos softwares esta ligada a adoção de soluções de sua eterna rival em um campo onde há menos de 5 anos atrás ela era soberana: o Corporativo, já que a Apple esta ganhando terreno dentro das empresas e ironicamente com um dispositivo que originalmente era para o entretenimento: o iPad.
Mas com a adoção do iPad ao invés de um tablet convencional, esta aberta uma porta para outros dispositivos como o iPhone e iPod. Ainda é muito cedo para uma adoção maciça de computadores Apple em substituição ao tradicional PC, porém é um cenário que ela própria já considerou e diferentemente de Hitler durante a Segunda Guerra, ela decidiu que esta é a hora de agir para que não ocorra um evento similar ao Dia D ou Batalha de Stalingrado no segmento de tecnologia e TI. Se ela agiu certo ou cometeu um erro grave, apenas o tempo dirá.
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