"Os computadores e a internet são, talvez, as tecnologias que mais rápido dominaram as nossas vidas pessoais e corporativas."
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Hoje é quase impossível lembrar de como era um escritório sem a agilidade e eficiência de computadores, a acessibilidade e prontidão de smartphones, e o acesso irrestrito à informação da internet. Não é à toa que tantas empresas substituem completamente os arquivos em papel por documentos digitais, e na verdade, muitas empresas hoje existem exclusivamente no mundo digital, sem necessidade de uma presença física. Em tempos de pandemia, essa realidade se tornou ainda mais verídica para diversas classes de trabalhadores, que trocaram o trabalho no ambiente empresarial pelo trabalho em casa.
Mas se nossos documentos, dados de clientes, planilhas orçamentárias e soluções de organização evoluíram para o mundo eletrônico, não podemos mais contar com chaves e cadeados, câmeras, assinaturas e portas como métodos de segurança. O número de ataques digitais tem crescido nos últimos anos, ataques como ransomware colocam seus dados mais valiosos como reféns de um resgate que custa milhares de reais, enquanto spyware podem ser usados para espionagem corporativa e roubo de dados sigilosos. Como podemos nos proteger então desse tipo de ameaça? A resposta está na criptografia, palavra que tem sido cada vez mais usada no cotidiano do século 21. Entenda.
Seja em uma rede doméstica, como o WiFi de casa, ou uma rede corporativa com diversos servidores e departamentos, a rede é quem faz a mediação entre todos os dispositivos do trabalho e o mundo externo da internet. De nada adianta protegermos nossos computadores se no instante seguinte eles estão expostos à todo o mundo. Por isso, antes de mais nada, é importante proteger nossa rede configurando um roteador VPN. Isso garante que todos os dados que entram e saem em toda a rede estão protegidos por uma chave matemática impossível de ser quebrada, prevenindo ataques que espionem os pacotes ou interceptam os dados, comumente usados para monitorar ou até roubar informações financeiras.
Também é importante aproveitar a oportunidade para verificar se as configurações da rede Wi-Fi atingem as expectativas de segurança, por isso, fique atento(a):
Como criptografia de rede, escolha WPA2-Pessoal, com AES. Jamais os modos WEP ou WPA, que são facilmente quebrados.
Desligue a função “WPS” – ela pode permitir que ataques por força bruta obtenham acesso ao roteador mesmo sem a senha.
Use um gerador de senhas seguro, ou invente uma senha que siga: No mínimo 8 caracteres, algum símbolo especial (!,*,etc) e algarismos.
Configure como DNS servidores seguros, por exemplo, 1.1.1.1 e 1.0.0.1 ao invés do DNS padrão de fábrica.
Criptografia nada mais é que a técnica de utilizar um algoritmo matemático que transforma os dados de forma reversível, porém, somente para aqueles que possuem a chave correta. Sem a chave, os dados levariam tanto tempo para serem lidos que nem mesmo os supercomputadores usados para pesquisas científicas conseguiriam acessar.
Uma das melhores aplicações desse tipo de tecnologia é a possibilidade de proteger os dados do computador usando a criptografia de disco. Isso faz com que caso seu aparelho seja perdido, roubado, ou alguém obtenha acesso temporário, não existe a possibilidade de leitura dos arquivos. Sem criptografia, é fácil burlar a senha que usamos para entrar todos os dias no computador, mas com a criptografia, passa a ser impossível.
A boa notícia é que qualquer computador moderno pode usar a criptografia, para isso, basta seguir as instruções:
Para computadores com Windows 7 ou superior, a criptografia padrão do sistema é chamada de BitLocker. O único requisito é que sua placa-mãe possua um chip capaz de gerar chaves de segurança, e que seu processador tenha suporte a operações criptográficas, ou seja, a vasta maioria dos computadores feitos nos últimos 10 anos possuem total suporte ao recurso. O BitLocker pode ser ativado em uma unidade específica, ou no computador inteiro, bastando seguir as orientações de ativação.
Um uso interessante do BitLocker é a proteção de pendrives e discos externos, que comumente levamos no bolso ou mochila, sendo assim mais susceptíveis à perda ou furto. Com a criptografia, não há o risco dos dados serem acessados por um desconhecido.
Nos sistemas macOS da Apple, e Linux, a criptografia já vem ativa por padrão sempre que o usuário define uma senha para sua conta. No entanto, é importante criptografar unidades externas quando conectamos em nosso computador, para isso, no macOS basta abrir o programa Disk Utility e formatar a unidade como APFS Criptografado. No Linux, o programa GParted é capaz de ativar ou desativar a criptografia para unidades.
Criptografia para arquivos
Às vezes, a criptografia para o computador não é o suficiente. É o caso de arquivos que precisamos enviar usando um protocolo vulnerável, como o email, ou quando precisamos usar computadores compartilhados em casa ou locais públicos. Nesse caso, um arquivo específico pode ser protegido com uma senha de criptografia, aumentando ainda mais sua segurança e limitando quem pode ler o conteúdo. Arquivos criptografados também estão mais seguros, o que é especialmente relevante nos dias atuais dado que o isolamento e quarentena levaram ao aumento nos ataques de ransomware no Brasil.
Para fazer isso, diversos programas pagos e gratuitos estão disponíveis, entre eles:
VeraCrypt
7-zip
AxCrypt
CertainSafe
Com a criptografia, é possível redobrar a segurança de nossos dados digitais e de nossa empresa, com muito poder e pouca complexidade. Hoje em dia, existem até mesmo formas seguras de trocar mensagens usando a criptografia, como é o caso do servidor de emails ProtonMail e do aplicativo de mensagens Signal. Além dos cuidados com nossa saúde, 2020 exige que pensemos nos cuidados com a integridade dos nossos dados, evitando dores de cabeça. Aprenda também como proteger adequadamente os seus documentos online.
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