Como identificar fake news e boatos na internet

Algo bem incômodo das redes sociais atualmente é a intensa proliferação de notícias falsas, também conhecidas como fake news, e boatos que circulam na rede. Tais boatos ajudaram inclusive a eleger um presidente americano, de acordo com a Forbes. Esses compartilhamentos partem até de quem se enquadra numa geração acostumada com a tecnologia, e acabam por gerar desconfortos especialmente porque na maioria das vezes tratam de assuntos de política, questão que atualmente no Brasil tem gerado muita polarização.

Uma das pessoas que decidiu fazer algo para mudar isso foi o analista de sistemas Gilmar Lopes, paulista que criou o site www.e-farsas.com.br. Em entrevistas ele conta que criou o site ainda em 2002 por conta de diversos e-mails falsos que circulavam na web na época. Hoje, com as redes sociais e principalmente com o whatsapp, essa proliferação de notícias falsas alcança dimensões infinitamente maiores que em 2002.

Mas como saber se uma notícia é verdadeira ou falsa?

Uma boa medida é justamente recorrer a sites como o e-farsas ou o boatos.org, que reúnem um grande acervo de histórias desmentidas, como o recente boato de que Pablo Vittar estamparia as novas notas de 50 reais, que inclusive foi criado propositalmente pelo próprio e-farsas para testar a proliferação dessas notícias. A conclusão do experimento eles colocaram no site: “A ideia desse artigo foi a de mostrar como é relativamente simples criar um boato digital e fazer com que ele se espalhe pela rede. Em menos de 3 horas, conseguimos fazer com que o assunto fosse um dos mais comentados na web! Além disso, vimos também como é difícil se rastrear a origem de certos boatos, visto que ninguém conseguiu chegar até os criadores da montagem!”.

Outro boato que se espalhou afirmava que o juiz federal Sérgio Moro estaria num evento patrocinado pela Globo, Shell, Exxon, Itaú, PSDB e Estadão. E também um recente dava conta de que as maiores revistas do país haviam saído com a mesma capa apoiando o presidente Temer. Os dois primeiros mostraram-se completamente falsos, e o terceiro não foi de todo mentira, mas não se tratava da capa das revistas, e sim do encarte publicitário, uma parte já previamente destinada à venda e que fica antes da capa, e que por sinal é muito cara.

Às vezes nem é necessário recorrer aos sites, basta desconfiar um pouco ao ver notícias muito sensacionalistas ou que tem a intenção somente de difamar alguma pessoa. Ou também nos casos em que, para tentar dar uma aparência de veracidade, a pessoa que cria o boato chega a dar credenciais falsas da autoria do texto, como a de um médico, um veterinário, um especialista em alguma área e até políticos, como tem acontecido ultimamente com nomes como os dos deputados federais Sérgio Reis e Tiririca.

Por isso vale a máxima da internet: na dúvida, não compartilhe. E para resolver a dúvida, procure fontes confiáveis.